Viajar! Perder países!

Viajar! Perder países!
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!

Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E a ânsia de o conseguir!

Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.

Fernando Pessoa

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Vila Nova de Foz Côa num flash

Um domingo à noite. Uma rua bem arranjada com umas moradias antigas, de cara lavada; passeios largos, bem iluminados, com candeeiros modernos. Nos passeios, um logótipo com design de bom gosto, inspirado nas gravuras do Vale do Côa. Continuando a andar, chega-se uma rua mais estreita, pedonal, também bem arranjada, com ar mais rústico. Todas as casas comerciais fechadas, algumas escuras, outras à média-luz. Continuando um pouco mais, uma pequena praça arredondada. Um silêncio sepulcral. Meia volta, mais apressadamente agora, rua estreita e casas bonitas ficam para trás, numa terra que parece morta, tão morta quanto os artistas das famosas gravuras.

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