Viajar! Perder países!

Viajar! Perder países!
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!

Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E a ânsia de o conseguir!

Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.

Fernando Pessoa

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Sem querer ser sexista...

...há ideias pré-concebidas que parecem mesmo ser verdade... ou será coincidência?
O meu filho mais velho é bom aluno, inteligente, e muito interessado por inúmeros temas, mas tenho que passar a vida a lembrá-lo que tem trabalhos de casa para fazer, a moer-lhe o juízo para manter a mochila minimamente limpa e arrumada e a chateá-lo vezes sem conta que tem que ser menos distraído, lembrar-se de trazer e levar o que é devido e de transmitir recados... Mas depois acaba sempre por ceder quando queremos alguma coisa dele e é um doce para tomar conta do irmão mais novo e muito meigo para mim (mas de preferência sem ninguém a olhar).

A minha filha pelo que soube traz uma folha impecável da sua pré-primária, é toda certinha a transmitir recados, não descansa enquanto eu não tratar do que tenho a tratar e sabe sempre onde estão as coisinhas dela. Mas é muito difícil dar-lhe a volta quando tem as suas decisões tomadas (e tem-nas sempre tomadas).

Sendo o ursinho ainda pequeno já se adivinha com muito elevada probabilidade que venha a ter muitas características do irmão! Mulheres e homens têm mesmo cabeças diferentes ou qualquer evidência não passa de mera coincidência??

Momentos XXIX

Ursinho: - Desenhei um gigante pequenino!

Ciclos

O encerrar de um ciclo e o início de outro. Agora, é tempo de descansar.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

um dente especial

A flaminga teve uma característica única entre os irmãos à nascença (para além de ser a única menina, claro).
É que nasceu com um dente visivelmente a romper, o que aconteceu alguns poucos dias depois.
O facto de ser uma recém-nascida que chorava com frequência e não ser uma bebé particularmente bem-humorada, tendo ainda a particularidade de exibir o seu dentinho cada vez que abria a goela, valeram-lhe uma série de alcunhas, entre as quais "bruxinha".
Ora este "dentinho da sorte", parafraseando o Nemo e a sua barbatana, foi sempre diferente dos outros. Era mais pequeno e amarelado e o seu destino era incerto - podia cair e ser substituído por outro dente de leite ou podia só cair na altura devida e ser substituído por um definitivo.
Pois foi esta última alternativa que se verificou, há muito tempo que abanava, e há muito também que a flaminga (suspeito eu) desejava que caísse, não por não gostar dele, mas por esse acontecimento ser mais um a confirmar que ela está a ficar "crescida". Mais uma vez aqui muito contrastante com o irmão mais velho, cujo primeiro dente caiu mal ele fez 5 anos (ela já vai nos 5 e meio), e que caiu no próprio dia em que notei que ele abanava.
Finalmente há alguns dias o dentinho da sorte caiu mesmo e foi a primeira notícia que ela, orgulhosa, me veio relatar, no final do dia.
Hoje disse-me que sentia nesse sítio alguma coisa e lá está ele, o dente novo, definitivo, testemunho mais definitivo também do crescimento da flaminga.
A fada dos dentes falhou a sua visita no dia devido (esse tipo de seres atrasam-se muito cá em casa, e por vezes não aparecem mesmo, deve ser o tratamento que dão aos cépticos, cá se fazem cá se pagam...), mas suspeito bem que hoje vamos ter uma visita inesperada... ;)

domingo, 19 de janeiro de 2014

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Momentos XXVII

Reunião de pais de balanço do primeiro período da 3ª classe (ops, 3º ano) de escola do futebolista.
Principal mensagem: turma muito turbulenta tem absolutamente que melhorar apesar de ter bastante bom aproveitamento.
E assim lá vou para casa a equilibrar o baloiço das muito boas notas (perdoem-me a vaidade) e a necessidade da conversa séria de ter de perceber que tem que dar a sua melhor contribuição de bom comportamento para ajudar a sua própria evolução e dos colegas.
Entro em casa e quase me salta em cima para ver a folha. Digo-lhe que vamos falar de duas coisas. Por um lado, das suas boas notas, que me deixaram muito satisfeita. Por outro, dessa necessidade de individualmente e em conjunto melhorar o comportamento. Demoro-me na segunda parte e faço-o prometer que aí se vai esforçar muito e que terá de trazer melhores "notas" de comportamento no segundo período. No final, um abraço apertado - parabéns pelas tuas notas.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Momentos XXVI

Flaminga acorda, desconfortável, com meia dúzia de picadas com exuberantes "babas".
Futebolista:-Se calhar foi uma viúva-negra.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Adeus Eusébio

Foi o futebolista que me deu a notícia ontem de manhã.
No momento em que a ouvi fiquei imediatamente triste e senti mesmo um certo mau-estar.
Tal como tantos outros eu cresci a ouvir histórias sobre as façanhas do Eusébio, no fundo o tipo de relatos que passam de pais para filhos tal como na ancestralidade... As imagens que vi não deixam dúvidas quanto ao seu talento e elegância em jogo.
É preciso que se diga que eu gosto de futebol e tempos houve em que acompanhava relativamente perto o que se passava pelas competições apesar de ter ido muito poucas vezes a estádios.
A sensação que fica é a do desaparecimento de uma certa memória colectiva.
Não sou pessoa de heróis nem de ídolos, mas algumas personalidades incutem em mim profundo respeito. Esta era uma delas, na sua área, que foi o desporto, tema relativamente ao qual reconheço que sou bastante sensível.
Neste como noutros casos, aquilo que mais toca não é o desfile das personalidades públicas (completamente transversal), mas a reacção espontânea e massiva da população, das pessoas que apesar da chuva se deslocaram para os vários locais de homenagem e, também, da dor sincera mostrada por tantos. É certo que sempre existiram e sempre existirão carpideiras, mas a esmagadora maioria das imagens que vi não se finge. Tanta gente, tanta gente simples e humilde, tantos com a dureza da vida marcada no rosto e que por certo não têm gosto nenhum em mostrar lágrimas públicas (que alguns até escondiam quando não aguentavam mais).
É a lei da vida.
Bonito foi também ver adeptos de diferentes cores juntarem-se às homenagens, num clima de harmonia do qual não tenho memória. Desta vez, foi o sector do desporto tantas vezes acusado de boçal e violento (e por vezes com razão) que deu uma lição a outros sectores. Por pessoas anónimas, claro.

E já se tornou tradição...

...a bela da gripe por alturas do Natal-Ano Novo. Desta foi mais para os Reis.
Eu nunca fico de cama mesmo que caia para o lado (já aconteceu). Acho mesmo que a única vez que fiquei na cama foi no hospital quando nasceram os meus filhos e quando tive a meningite em criança e me sedaram (acho eu) nos primeiros dias.
De resto, toca a corneta e levanto-me, tomo pequeno-almoço, tomo o meu duche e visto-me (quase - ficam os chinelos) como se fosse para a rua, mesmo que já saiba que vou passar maioritariamente o dia no sofá...
Quanto às tarefas de mãe, para as mães não há tempo para as gripes, pois sobretudo o mais pequeno não dispensa ser "atendido" por mim. Por isso, com o dobro do desgaste, lá vou cumprindo a maioria das funções maternais.
Felizmente a febre também não me abate muito já que normalmente só dou por ela quando já vai altinha e começo a ficar com frio... Antes assim.
Tal como as outras, esta também há-de passar. Ide vírus, ide...