Não me é fácil dominar todo o fel
que para aqui vai sobre este tema. Foi muito bom ele ter saído, sim. Acho que
foi bom para todos nós. Mas infelizmente não se deve ver isso como um sinal que
o decoro regressa, blá, blá… Não é preciso ser-se um mago da política para se
saber que Relvas há por aí muitos, e que a seguir a este Relvas há-de vir
outro. Um pouquinho melhor, esperemos. Ou menos mau.
Também não subscrevo esta do “agora
é que é, depois deste saem os outros, depois vêm eleições e vamos viver felizes
para sempre”. Sendo um pensamento tentador, penso que qualquer um sabe que não é
verdade. Lá que o Governo pode cair, pode. Até em consequência da aguardada decisão do Tribunal Constitucional.
Mas apenas do Relvas ainda tem largueza de costas para se manter. Para além de
que, seja qual for a decisão e opções tomadas pelo país, o caminho que espera
os portugueses vai ser difícil. É a minha opinião, pode haver outras… (como
diria um amigo meu).
Não consigo contudo deixar de me
espantar com o personagem Relvas. Segundo a jornalista, “agora Miguel Relvas
terá tempo para se dedicar ao que gosta de fazer, ler, ir ao cinema, viajar…”
Nem na hora da despedida (inglória) lhe dá um rebate de consciência e se lembra
que, para muitos, muitos portugueses, esse tipo de actividades está
completamente vedado por estrições financeiras, mesmo considerando aqueles que
não estão desempregados, e que trabalham longas e longas horas para manter as
suas casas e as refeições na mesa. Ou então foi uma interpretação livre da
jornalista, mas que provavelmente não andará longe da verdade…
E sabemos todos que o amigo
Relvas daqui, irá para melhor. Para uma das várias suspeitas empresas dos seus
amigalhaços, finalmente a ganhar um melhor salário e, sobretudo, com menos
preocupações.
Por isso, a saída dele foi boa,
sim. Mas, bem vistas as coisas, não dá para mais que um esgar de sorriso
(pronto, e já agora podemos ouvir com prazer a música da Comercial,
assim
sempre dá para um sorriso mais largo).
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