Esta decisão do TC provocou-me um misto de sentimentos confusos.
Por um lado, dá um certo conforto sentir que ainda não é possível fazer tudo quanto apetece e que a Constituição ainda vale alguma coisa. Por outro, levanta-se o receio dos próximos cortes serem ainda piores. E em relação aos trabalhadores do sector privado que serão alvo de cortes, como vai ser? Também será devolvido? Ou fica a desigualdade ao contrário?
De uma forma algo perversa, também fica a sensação que esta era a única saída para agradar a gregos e a troianos, ou para não deixar nenhum dos sectores em absoluto pé de guerra, se se quiserem ver as coisas noutra perspectiva. Ao não aceitar algumas das medidas contenta-se (pelo menos parte d)a população, que por ora fica (um pouco mais) pacificada; ao aceitar outras, faz-se não um "buracão" mas um "bura(quito)" nas contas.
Este episódio deu a oportunidade a Cavaco Silva de proferir outra frase lapidar: As decisões do TC são para respeitar.
Comentários para quê?
Viagens pelo mundo, por Portugal, pela rua. Viagens por terras desconhecidas e viagens interiores, viagens na ponta dos dedos através de teclas ou folhas de papel. Pois se o que importa não é o destino mas a viagem, e o que é a vida senão uma grande viagem...
Viajar! Perder países!
Viajar! Perder países!
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!
Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E a ânsia de o conseguir!
Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.
Fernando Pessoa
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!
Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E a ânsia de o conseguir!
Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.
Fernando Pessoa
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