Viagens pelo mundo, por Portugal, pela rua. Viagens por terras desconhecidas e viagens interiores, viagens na ponta dos dedos através de teclas ou folhas de papel. Pois se o que importa não é o destino mas a viagem, e o que é a vida senão uma grande viagem...
Viajar! Perder países!
Viajar! Perder países!
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!
Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E a ânsia de o conseguir!
Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.
Fernando Pessoa
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!
Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E a ânsia de o conseguir!
Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.
Fernando Pessoa
quinta-feira, 25 de abril de 2013
25 de Abril
Não sou dada a grandes comoções pelo que me surpreendi a mim própria, quando explicava à flaminga, 4 anos, o que era o 25 de Abril, ao sentir um nozinho na garganta. Não sei bem explicar porquê. Ao pensar em capitães de Abril, só me vem à memória a face do Salgueiro Maia, tão novo, tão digno, com uma morte tão precoce e tão injusta. O que pensaria ele do Portugal de hoje. Talvez a comoção se devesse ao pensar nos ideais de Abril, e no desespero, pobreza e desalento que afecta hoje a nossa população. Pelo menos, na altura, na fase posterior de maior sufoco económico, havia esperança, hoje já não há. Ou talvez ainda a comoção se deva a que sinta este país cada vez menos meu, que me encha cada vez mais de revolta, quais amantes cujo amor se esgota e do qual apenas subsiste pequenos restos num fundo cada vez mais fundo.
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