Na biblioteca com o ursinho e com a minha irmã. Ele com um filme na mão para requisitar e a senhora a informar-me que eu estava de castigo por me ter atrasado a entregar um livro e por isso não podia levar o filme.
Podia ter dito ao ursinho que não havia nada a fazer, que não podíamos levar o filme, mas custou-me fazê-lo. Olho para o relógio e penso que se fosse em passo apressado a casa buscar o cartão do futebolista, ainda ia a tempo de levar o filme.
Então lá ele ficou com a minha irmã e lá fui eu, qual atleta de marcha, fazer um percurso de ida e vinda no tempo de uma ida...
Esbaforida e com os joelhos a acusar o esforço, lá cheguei à mesa das requisições de filmes qual furacão, a respirar ofegante. A senhora, já de pé e com semblante de quem está de saída, olhou-me com ar de censura e apontou-me que as requisições tinham que ser feitas 15 min. antes do encerramento. Faltava 1 min. para fechar. Tal como a própria me disse, "fez-me o favor, só desta vez".
Há que ver o lado positivo: o exercício físico deste fim de semana já foi garantido.
Viagens pelo mundo, por Portugal, pela rua. Viagens por terras desconhecidas e viagens interiores, viagens na ponta dos dedos através de teclas ou folhas de papel. Pois se o que importa não é o destino mas a viagem, e o que é a vida senão uma grande viagem...
Viajar! Perder países!
Viajar! Perder países!
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!
Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E a ânsia de o conseguir!
Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.
Fernando Pessoa
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!
Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E a ânsia de o conseguir!
Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.
Fernando Pessoa
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