Hoje li um excerto de um artigo na Time sobre características de pessoas que lêem regularmente versus as que não lêem. Normalmente não aprecio muito este tipo de artigos porque há neles muita confusão sobre o que é uma correlação e uma causa-efeito. Havia algumas considerações deste género no artigo, que li de forma mais acelerada, ou mesmo mais salteada, pois não são de facto muito informativas.
Mas havia uma série de observações interessantes, que no fundo expressavam duas ideias principais: que era uma actividade relaxante mas simultaneamente estimulante para o cérebro, tendo em conta as áreas do mesmo envolvidas na leitura; que devido à vivência que nos proporciona nos faz relativizar as nossas perspectivas pessoais de forma positiva.
Talvez a passagem onde me reconheci mais foi a que referia que, quem por algum motivo tinha deixado de ler, ou passado a ler muito menos, sentia como uma vitória o recuperar dos hábitos antigos. Subscrevo, completamente.
Viagens pelo mundo, por Portugal, pela rua. Viagens por terras desconhecidas e viagens interiores, viagens na ponta dos dedos através de teclas ou folhas de papel. Pois se o que importa não é o destino mas a viagem, e o que é a vida senão uma grande viagem...
Viajar! Perder países!
Viajar! Perder países!
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!
Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E a ânsia de o conseguir!
Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.
Fernando Pessoa
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!
Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E a ânsia de o conseguir!
Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.
Fernando Pessoa
Concordo com tudo. :)
ResponderEliminarLer faz-me bem a tudo. Deixei de trabalhar no comboio (sim, eu aproveitava o tempo no comboio para trabalhar no computador), porque a necessidade de ler ficção (e não papers!) era demasiado forte.
:) sim, definitivamente os transportes são muito melhores para ler do que para trabalhar...
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