Se me pusesse a reunir a banda sonora da minha adolescência o Sergio Godinho apareceria como figura incontornável.
Adolescência, disse eu? Seria talvez mais correto se a alargasse à banda sonora da minha vida. É provavelmente, também, o músico que mais vezes vi ao vivo.
Este (e poucos outros mais) é daqueles dos quais ciclicamente me recordo e, como diriam os brasileiros, aí bate uma saudade... Daquela voz doce mas simultaneamente firme, afinada, assertiva, crítica e criativa...
Há poucos dias lembrei-me que já há muito tempo que não ouvia os CDs dele e que tinha que os ir buscar para matar saudades.
E eis que agora, agorinha mesmo, passei na RTP memória e lá estava ele, com uns bons 20 ou mais anos a menos com a sua guitarra e a voz de sempre. Que boa surpresa! E vós que esperais? Ide, ide ligar-vos à RTP memória!
Viagens pelo mundo, por Portugal, pela rua. Viagens por terras desconhecidas e viagens interiores, viagens na ponta dos dedos através de teclas ou folhas de papel. Pois se o que importa não é o destino mas a viagem, e o que é a vida senão uma grande viagem...
Viajar! Perder países!
Viajar! Perder países!
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!
Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E a ânsia de o conseguir!
Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.
Fernando Pessoa
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!
Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E a ânsia de o conseguir!
Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.
Fernando Pessoa
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