Cresci a acreditar que a preguiça era um dos piores defeitos.
Tempos houve (anos, para ser mais exacta) em que punha sempre despertador, mesmo que fosse sábado, domingo, férias ou feriado.
Mas tenho que reconhecer que um dos momentos preciosos do meu dia é este: noite tardia, enroscada numa manta no sofá, entretida a escrever ou a ler, ou a olhar para a televisão, até inevitavelmente adormecer.
Viagens pelo mundo, por Portugal, pela rua. Viagens por terras desconhecidas e viagens interiores, viagens na ponta dos dedos através de teclas ou folhas de papel. Pois se o que importa não é o destino mas a viagem, e o que é a vida senão uma grande viagem...
Viajar! Perder países!
Viajar! Perder países!
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!
Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E a ânsia de o conseguir!
Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.
Fernando Pessoa
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!
Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E a ânsia de o conseguir!
Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.
Fernando Pessoa
Despertador só porque sim? Credo! O despertador é o objecto que eu mais odeio. Quando penso que no dia seguinte não vou precisar dele, que vou poder acordar espontaneamente, sinto uma felicidade indescritível.
ResponderEliminar:) Foram tempos que já lá vão. Mas ainda há poucos dias estava o meu filho mais velho a dizer que detestava dormir, pois achava que era uma pura perda de tempo. Exactamente o que eu dizia até certa altura... Agora acrescento - mas de facto é necessário...
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