Viajar! Perder países!

Viajar! Perder países!
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!

Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E a ânsia de o conseguir!

Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.

Fernando Pessoa

domingo, 27 de janeiro de 2013

Sobre educação... ou como temos que nos aturar uns aos outros

De vez em quando há uns temas que ficam na berra. Nos tempos que correm é a falta de educação das crianças e a respectiva responsabilidade dos pais. À crónica mais polémica "As crianças não são hiperactivas, são mal educadas" seguiram-se muitas outras, as que tive oportunidade de ler bastante mais sensatas, ao que me pareceu.
Mas então não é importante dizer não? Não é importante ter regras? Afinal os pais não andam a dizer pouco que não? Claro que é importante dizer não. Claro que é importante ter regras. Os pais andam a dizer pouco que não? Não sei. Talvez sim ou talvez não.
Mas tenho uma novidade para quem gosta de comparar as actuais crianças com as de há 20 anos atrás: o mundo mudou, vai mudando, vai sempre girando. Nós não somos iguais aos nossos pais, que não eram iguais aos seus pais. Os nossos filhos não são iguais a nós. E ainda bem. Senão seriam uns inadaptados no mundo presente. E mais uma coisa: a educação é também um jogo do empurra, um fio contínuo de acção/reacção. Por isso meus senhores, lamento, mas sim, vão continuar a ouvir birras de crianças nos cafés. Porque elas têm que as fazer e ter a respectiva consequência para aos poucos irem aprendendo a socializar. Já agora, posso também dizer que me incomodam bastante os cães que ladram e não se calam, as pessoas mal-educadas que falam alto e assim nos obrigam a partilhar das suas doutas opiniões, ouvir escarrar para os lenços, etc., etc., etc. Pois é. A vida é assim. Temos que nos aturar uns aos outros.

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