De vez em quando há uns temas que ficam na berra. Nos tempos que correm é a falta de educação das crianças e a respectiva responsabilidade dos pais. À crónica mais polémica "As crianças não são hiperactivas, são mal educadas" seguiram-se muitas outras, as que tive oportunidade de ler bastante mais sensatas, ao que me pareceu.
Mas então não é importante dizer não? Não é importante ter regras? Afinal os pais não andam a dizer pouco que não? Claro que é importante dizer não. Claro que é importante ter regras. Os pais andam a dizer pouco que não? Não sei. Talvez sim ou talvez não.
Mas tenho uma novidade para quem gosta de comparar as actuais crianças com as de há 20 anos atrás: o mundo mudou, vai mudando, vai sempre girando. Nós não somos iguais aos nossos pais, que não eram iguais aos seus pais. Os nossos filhos não são iguais a nós. E ainda bem. Senão seriam uns inadaptados no mundo presente. E mais uma coisa: a educação é também um jogo do empurra, um fio contínuo de acção/reacção. Por isso meus senhores, lamento, mas sim, vão continuar a ouvir birras de crianças nos cafés. Porque elas têm que as fazer e ter a respectiva consequência para aos poucos irem aprendendo a socializar. Já agora, posso também dizer que me incomodam bastante os cães que ladram e não se calam, as pessoas mal-educadas que falam alto e assim nos obrigam a partilhar das suas doutas opiniões, ouvir escarrar para os lenços, etc., etc., etc. Pois é. A vida é assim. Temos que nos aturar uns aos outros.
Viagens pelo mundo, por Portugal, pela rua. Viagens por terras desconhecidas e viagens interiores, viagens na ponta dos dedos através de teclas ou folhas de papel. Pois se o que importa não é o destino mas a viagem, e o que é a vida senão uma grande viagem...
Viajar! Perder países!
Viajar! Perder países!
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!
Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E a ânsia de o conseguir!
Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.
Fernando Pessoa
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!
Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E a ânsia de o conseguir!
Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.
Fernando Pessoa
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