Às vezes esta coisa da maternidade/paternidade parece ser um caminhar no escuro a tactear. Estarei a fazer bem, estarei a fazer mal? Doem as entranhas quando os nossos actos provocam tristeza nos filhos, mas se no nosso íntimo sabemos que é isso que está certo, o que tem que ser tem muita força. Mas a tristeza que lhes causa fica a fazer eco cá dentro quando a eles já lhes passou e já está esquecida. Talvez seja nestas situações que se sinta mais profundamente o que é ser mãe ou pai. Felizmente que à medida que crescem, apesar de reconhecerem o que não lhes agrada percebem que há ali um rumo.
Viagens pelo mundo, por Portugal, pela rua. Viagens por terras desconhecidas e viagens interiores, viagens na ponta dos dedos através de teclas ou folhas de papel. Pois se o que importa não é o destino mas a viagem, e o que é a vida senão uma grande viagem...
Viajar! Perder países!
Viajar! Perder países!
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!
Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E a ânsia de o conseguir!
Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.
Fernando Pessoa
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!
Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E a ânsia de o conseguir!
Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.
Fernando Pessoa
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