Viajar! Perder países!

Viajar! Perder países!
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!

Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E a ânsia de o conseguir!

Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.

Fernando Pessoa

domingo, 20 de janeiro de 2013

Mirandela num flash

As viagens em trabaho são assim. São visitas em flash. Encontro um certo encanto em viajar sozinha, num sentimento de liberdade incomum e muito agradável.
Mirandela num flash limitou-se ao seu centro, em passeios a passo rápido, de olhos bem abertos. O centro histórico tem alma, com algumas casas lindíssimas infelizmente não poucas em estado de grande degradação. São de um antigo que transpira história, com as suas varandas em madeira tão típicas do norte, a lembrar épocas medievais. Também a lembrar a Idade Média era a geometria deste centro, de ruelas estreitas e sinuosas imprimindo-me um inegável carimbo de visitante.
Mirandela tinha movimento, bastantes pessoas de cá para lá, com idade média bastante avançada, embora a zona central possa ser mais envelhecida e portanto enganar (um pouco) nestas contas.
Gastronomicamente só ficam elogios, de restaurantes escolhidos sem critério, basicamente ao acaso, que me serviram muitíssimo bem em qualidade e quantidade. Pena é que a minha barriga não tenha dimensão para rentabilizar estas refeições, já que nunca consegui esgotar toda a comida que tinha no prato. Com as gentes locais também é assim ou pessoal do norte é gente de mais alimento??
Triste é ver a estação de comboio deserta e abandonada. 

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