Num blogue muito engraçado "Pais de quatro" discutia-se a questão de dizer mal dos filhos, a propósito de uma crítica "Parece que não gosta deles..."
Pois dizer mal, criticar, sobretudo com uma ponta de bom humor, é das coisas mais libertadoras e exorcisantes dos maus-estares ou simplesmente de coisas um pouco incomodativas ou perturbadoras que pode haver. Ainda alguém vai provar que faz bem (à saúde). Recordo-me agora que nos incontornáveis prémios Ignobel houve um que provava cientificamente que dizer palavrões diminuia a dor. Diminui com certeza. A dor física e a dor psicológica. Mal-dizer, partilhar mal-dizeres, sobre os nossos filhos (que adoramos), maridos/mulheres (que adoramos), família (que adoramos, ou pelo menos parte delas, pelo menos), mas porque não há bela sem senão, há sempre pequenas coisas sobre as quais nada melhor que disparatar e partilhar com um(a) bom/a amigo/a. E de preferência concluir os mal-dizeres com uma boa gargalhada. Faz um tremendo bem à alma.
Viagens pelo mundo, por Portugal, pela rua. Viagens por terras desconhecidas e viagens interiores, viagens na ponta dos dedos através de teclas ou folhas de papel. Pois se o que importa não é o destino mas a viagem, e o que é a vida senão uma grande viagem...
Viajar! Perder países!
Viajar! Perder países!
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!
Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E a ânsia de o conseguir!
Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.
Fernando Pessoa
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!
Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E a ânsia de o conseguir!
Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.
Fernando Pessoa
Sem comentários:
Enviar um comentário