Viajar! Perder países!

Viajar! Perder países!
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!

Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E a ânsia de o conseguir!

Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.

Fernando Pessoa

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

A estratégia da greve ou a greve da estratégia

Logo à cabeça quero dizer que compreendo e solidarizo-me com a maioria dos protestos e neste quadro a greve é um instrumento natural.
Mas gostava de ir um pouco para além do óbvio e no caso presente refiro-me concretamente às greves dos transportes. É bastante visível que o presente Governo e os poderes que o influenciam têm claramente desinvestido naquilo que são os transportes públicos. Hoje é mais barato uma deslocação para o trabalho num carro com vários ocupantes do que num transporte público e as pessoas sobretudo de menores recursos sabem isso muito bem, pois a sua sobrevivência depende destes e doutros cálculos. Isto é bastante dramático, não só em termos de ordenamento das cidades como em termos ambientais, pois por mais sensibilizações que se façam a parte económica é fundamental.
Não sei bem se alguns dos motivos que têm provocado as greves dos transportes não foram propositados e provocatórios. É bem possível que sim. O que é óbvio é que cada vez menos as pessoas confiam nos transportes - quase não há uma semana sem greves e faltas e atrasos ao trabalho é algo a que nos tempos que correm ninguém quer arriscar. Somando ao factor económico a utilização dos transportes tem certamente decrescido acentuadamente. Com poucas pessoas para transportar não se justifica a existência de transportes públicos, pelo menos nos moldes actuais. Tudo corre portanto dentro do planeado. Trabalhadores do sector, sindicalistas e utilizadores estão a reagir exactamente como o esperado ou, por outras palavras, a cair que nem uns patinhos. Por isso, é tempo de acordar, reflectir e repensar estratégias de protesto, antes que seja tarde de mais. Recorrer à greve? Porque não? Mas em vez de greves semanais, que tal agir com um pouco mais de inteligência? Façam uma greve no mês, ou em dois ou três, mas que pare mesmo tudo, associem os diversos tipos de transportes e façam as cidades parar. ISSO teria impacto, significado e, até, a compreensão dos utentes, que não é de menosprezar. A presente estratégia (ou falta dela?) é que vai exactamente na perversa linha pretendida de delapidação de um serviço que, a extinguir-se, muito dificilmente regressará.

domingo, 27 de janeiro de 2013

Sobre educação... ou como temos que nos aturar uns aos outros

De vez em quando há uns temas que ficam na berra. Nos tempos que correm é a falta de educação das crianças e a respectiva responsabilidade dos pais. À crónica mais polémica "As crianças não são hiperactivas, são mal educadas" seguiram-se muitas outras, as que tive oportunidade de ler bastante mais sensatas, ao que me pareceu.
Mas então não é importante dizer não? Não é importante ter regras? Afinal os pais não andam a dizer pouco que não? Claro que é importante dizer não. Claro que é importante ter regras. Os pais andam a dizer pouco que não? Não sei. Talvez sim ou talvez não.
Mas tenho uma novidade para quem gosta de comparar as actuais crianças com as de há 20 anos atrás: o mundo mudou, vai mudando, vai sempre girando. Nós não somos iguais aos nossos pais, que não eram iguais aos seus pais. Os nossos filhos não são iguais a nós. E ainda bem. Senão seriam uns inadaptados no mundo presente. E mais uma coisa: a educação é também um jogo do empurra, um fio contínuo de acção/reacção. Por isso meus senhores, lamento, mas sim, vão continuar a ouvir birras de crianças nos cafés. Porque elas têm que as fazer e ter a respectiva consequência para aos poucos irem aprendendo a socializar. Já agora, posso também dizer que me incomodam bastante os cães que ladram e não se calam, as pessoas mal-educadas que falam alto e assim nos obrigam a partilhar das suas doutas opiniões, ouvir escarrar para os lenços, etc., etc., etc. Pois é. A vida é assim. Temos que nos aturar uns aos outros.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Regresso atribulado ou expresso perdido a 30 km de Lisboa

Ainda a viagem de camioneta...! Após 6 horas de viagem e com o rabo já um bocado quadrado, ao mesmo tempo que tentava alhear-me do filme completamente estupidificante (mesmo...) que dava na camioneta (autocarro!), e ainda para mais o pobre veículo a ser fustigado com toda a fúria dos elementos (ele era chuva, ele era vento, nevoeiro) é insistentemente anunciado pela rádio que a A1 estava cortada devido a um acidente. Os condutores, de um optimismo nunca visto, depois de ligarem para a "central" e ser-lhes dito: Dá para passar!, continuavam alegremente na mesma A1, de encontro à boca do lobo. Felizmente que a polícia estava a obrigar a sair para a estrada nacional, a poucas dezenas de km de Lisboa, pois efectivamente a A1 estava mesmo cortada. Aí começa a verdadeira aventura. Todos os acessos principais estavam aparentemente vedados a pesados, pelo que passado pouco tempo eis um expresso em pleno século XXI completamente perdido, a pouco mais de 30 km de Lisboa, por estraditas terciárias que mal davam para cruzar com outros veículos. Um expresso e mais outros tantos pesados, é claro, que a cada cruzamento paravam, hesitavam e escolhiam à sorte! Houve ainda a preciosa ajuda da polícia que nos mandou por caminhos errados. Às tantas éramos, nós passageiros, todos navegadores por estradas nunca dantes circuladas, muitos a mandar palpites, outros a oferecerem generosamente ajuda com os seus GPSs, mas que também não tinham indicação do percurso para os pesados. Da minha garganta saíram também palpites e sugestões e segurava com esforço uma louca vontade de rir, ora dos comentários dos passageiros conformados, ora dos motoristas "Vamos para sul, vamos bem!", ora dos passageiros revoltados "Nunca mais viajo nesta companhia e desta vez vou mesmo fazer uma reclamação..." Após muitas voltas e recuos lá se chegou à nacional e por fim à entrada seguinte da auto-estrada, desta vez seguramente em direcção a Lisboa. Hilariante no mínimo, somatório 7,5 h de viagem.

domingo, 20 de janeiro de 2013

Mirandela num flash

As viagens em trabaho são assim. São visitas em flash. Encontro um certo encanto em viajar sozinha, num sentimento de liberdade incomum e muito agradável.
Mirandela num flash limitou-se ao seu centro, em passeios a passo rápido, de olhos bem abertos. O centro histórico tem alma, com algumas casas lindíssimas infelizmente não poucas em estado de grande degradação. São de um antigo que transpira história, com as suas varandas em madeira tão típicas do norte, a lembrar épocas medievais. Também a lembrar a Idade Média era a geometria deste centro, de ruelas estreitas e sinuosas imprimindo-me um inegável carimbo de visitante.
Mirandela tinha movimento, bastantes pessoas de cá para lá, com idade média bastante avançada, embora a zona central possa ser mais envelhecida e portanto enganar (um pouco) nestas contas.
Gastronomicamente só ficam elogios, de restaurantes escolhidos sem critério, basicamente ao acaso, que me serviram muitíssimo bem em qualidade e quantidade. Pena é que a minha barriga não tenha dimensão para rentabilizar estas refeições, já que nunca consegui esgotar toda a comida que tinha no prato. Com as gentes locais também é assim ou pessoal do norte é gente de mais alimento??
Triste é ver a estação de comboio deserta e abandonada. 

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Viajar de cami'neta

-Não é camioneta, é autocarro!, atira-me sempre a flaminga. Acho que isto da camioneta já é uma evidência da generation gap.
Viajar de camioneta, ou autocarro, tem um certo encanto nostálgico e traz um sentimento de maior proximidade com o país profundo (pelo menos para quem anda muito esporadicamente, como eu).
A cadência regular da condução, os murmúrios das conversas de fundo e a estação de rádio escolhida pelo motorista convidam a alguma introspecção e saudosismo de viagens passadas, possivelmente na verde juventude...
Os expressos hoje estão bastante mais confortáveis, tal como as estradas. Quando era miúda e muitos (muitos mais que hoje) não tinham carro, havia os que preferiam viajar de comboio e os que preferiam viajar de camioneta. Que não haja equívocos: eu sou pessoa de comboios. E ainda hoje os considero uma das melhores formas de viajar. Mas essa ligação com o Portugal profundo, de facto, é mais forte com os expressos.
Os expressos vão onde mais nenhum transporte (colectivo) vai. O Intercidades só circula praticamente no norte pelo litoral. Os regionais no interior norte só vão até ao Pocinho.
O encanto dos expressos vem também de uma certa sensação de vivência de "Road movie". Este road movie transforma-se em road movie estilo decadente quando nos deparamos com as estações rodoviárias (em enorme contraste com o conforto interior dos autocarros, isto para já não falar nas estações de metro e de comboios, um luxo, ao pé destas). Estas estações são uns buracos negros, sim, com ar enormemente decadente e povoadas por várias criaturas também elas com ar bastante decadente. As casas de banho não têm tampo de sanita e têm um ar... desolador... O barzinho das estações é geralmente uma divisória minúscula em que a maior parte dos artigos estão empacotados. As salas de espera, buracos escuros dentro dos buracos escuros, fazem suspirar pelo regresso à cami'neta. E não se pense que isto é descrição de uma estação do interior esquecido e ostracizado... Não! Esta descrição foi inspitada numa estação rodoviária das maiores cidades do país.
No próprio interior, neste caso Vila Real... a estação era (pasme-se!) uma paragem no meio de uma rua com um telheirozinho por cima e aberta por todos os lados. Tipo paragem de autocarro suburbano em Lisboa. Isto nos dias frios, quiçá com neve, deve ser uma maravilha.
Enfim a chegada, após 6 horas e meia de viagem. O destino, esse, fica para próximo post.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Dizer mal

Num blogue muito engraçado "Pais de quatro" discutia-se a questão de dizer mal dos filhos, a propósito de uma crítica "Parece que não gosta deles..."
Pois dizer mal, criticar, sobretudo com uma ponta de bom humor, é das coisas mais libertadoras e exorcisantes dos maus-estares ou simplesmente de coisas um pouco incomodativas ou perturbadoras que pode haver. Ainda alguém vai provar que faz bem (à saúde). Recordo-me agora que nos incontornáveis prémios Ignobel houve um que provava cientificamente que dizer palavrões diminuia a dor. Diminui com certeza. A dor física e a dor psicológica. Mal-dizer, partilhar mal-dizeres, sobre os nossos filhos (que adoramos), maridos/mulheres (que adoramos), família (que adoramos, ou pelo menos parte delas, pelo menos), mas porque não há bela sem senão, há sempre pequenas coisas sobre as quais nada melhor que disparatar e partilhar com um(a) bom/a amigo/a. E de preferência concluir os mal-dizeres com uma boa gargalhada. Faz um tremendo bem à alma.

domingo, 13 de janeiro de 2013

Caminhos no escuro

Às vezes esta coisa da maternidade/paternidade parece ser um caminhar no escuro a tactear. Estarei a fazer bem, estarei a fazer mal? Doem as entranhas quando os nossos actos provocam tristeza nos filhos, mas se no nosso íntimo sabemos que é isso que está certo, o que tem que ser tem muita força. Mas a tristeza que lhes causa fica a fazer eco cá dentro quando a eles já lhes passou e já está esquecida. Talvez seja nestas situações que se sinta mais profundamente o que é ser mãe ou pai. Felizmente que à medida que crescem, apesar de reconhecerem o que não lhes agrada percebem que há ali um rumo.


quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Os Cadernos no Aventar

Os Cadernos estão no Aventar! Com objectivo de divulgação, coitaditos, tão novinhos e tão pouco ambiciosos, têm lá capacidade de competir com os super-hiper-bloggerzões aí da blogosfera. Se gostarem, e se quiserem votar, aqui fica o link. Está nas categorias "Generalistas" e "Outros".

http://aventar.eu/blogs-do-ano-2012/blogs-do-ano-2012-votacoes-1a-fase-24/




quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Viagens... a passo rápido

Foi mais ou menos uma promessa a mim mesma. Algo que me fazia falta há muito tempo, e eu sabia bem disso. Quando crescemos a fazer desporto, e gostamos, sabemos que nos faz muita falta. Os dias em que o fazemos são melhores; os anos em que o fazemos são melhores, melhores para o corpo, melhores para o espírito, melhores para nós e para os outros.
Depois de parar é muito mais difícil começar. Duplamente difícil - é quase humilhante constatar a falta de forma; e é tão difícil recuperá-la.
Nada disto tem a ver com quilos a mais, Natais, ou coisas parecidas! Felizmente que eu e o meu peso temos uma relação muito harmoniosa; sempre foi mais para menos do que para mais, há para aqui um auto-controlo desde a nascença, que nem sei de onde vem, mas que me faz não precisar de contar calorias.
Não, esta decisão foi por mim, por uma questão de bem-estar, em última análise, por uma questão de saúde também.
Como começar? Por objectivos realistas; por algo que dê prazer; por uns momentos a sós comigo; por algo fazível no louco rodopio dos meus dias.
Então vai ser assim: no dia de natação à tarde do futebolista irei também... nadar. Noutros dias, sempre que possível irei... caminhar, caminhar, caminhar a passo rápido, quem sabe, se qualquer dia, já vou a correr. Caminhar e não pensar, ou então pensar em mim, para variar.
Um passo de cada vez. Mas fica escrito, aqui e agora, para ver quanto vale esta força de vontade. Viajante, estás à prova.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Da perigosidade... dos cães

Este tema não me apaixona, mas já vi escrito tanto disparate a este respeito que não me contive. Inspirei-me no famoso blog "Cocó na fralda", e já agora acho que a autora tem uma opinião bastante sensata sobre o tema. Mas eu quero-me pronunciar essencialmente sobre FACTOS e não sobre sentimentos. Antes disso, porém, quero dizer que gosto bastante de cães e que é inegável que são os donos os responsáveis por eles. Agora os factos.
Primeiro facto: há uma série de raças de cães que foram apuradas (leia-se, criadas) para cães de combate. Para entrarem em lutas, e por isso tinham que ser fortes e ter alguma agressividade. O nome pit-bull não é por acaso - foi uma raça desenvolvida para lutar com touros. Por isso, biologicamente, sim, existem cães mais agressivos que outros - o homem cruzou-os preferencialmente para os produzir agressivos. Se essa agressividade pode ser influenciada pelos donos, certamente que pode; se pode ser eliminada, tenho imensas dúvidas que isso se possa garantir, e os variados acidentes que acontecem parecem ser prova disso mesmo.
Segundo facto: a endogamia é um problema em animais domésticos, sobretudo nos de raça. Isto não é verdade só para cães, aliás, é também verdade para pessoas. Uma baixa variabilidade genética aumenta a probabilidade de doenças na descendência, que se podem manifestar também a nível comportamental.

Estas mortes de crianças e idosos vítimas de cães domésticos choca-me imenso. Ah, e tal, a culpa não é dos cães, é dos donos... Uma coisa é certa: alguns cães que avançassem para os meus filhos levavam com a mãe leoa em cima e davam-se mal; outros se calhar davam cabo da mãe leoa... E esta é uma diferença que faz muita diferença. Pelo sim, pelo não, certo tipo de cãezinhos quero-os é ao longe. Pelo menos aqueles dos quais não me conseguir defender.


domingo, 6 de janeiro de 2013

O fechar das festas

Vim da festa... O dia de reis é como que a cerimónia de encerramento dos Jogos Olímpicos. Tempo de dar por encerradas as festas natalícias, passagem de ano e desfazer árvore de Natal.
Confesso que não gosto do mês de Janeiro. É frio, chove, há este clima de fim de festa muito presente e dá-me sempre que sensação que é um mês que dura, e dura... Depois das tréguas da época natalícia, que não sendo descansativa, é plena de bons momentos, é o acordar para a dura realidade de um 2013 que ninguém sabe muito bem o que vai ser. Pera doce não será.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Eu gostava de ser um cão

É, claro, uma frase da flaminga, que de tempos a tempos gostava de ser uma espécie de animal diferente. E de certa forma, é-o de vez em quando, nas suas brincadeiras, nesta idade em que podemos ser o que queremos.
Dei comigo a pensar um pouco melhor de como seria essa história de ser um cão (eu, não ela). Se à primeira vista poderia ser quase tão confortável como (parece!) ser-se um bebé, quando pensamos nos animais maltratados e abandonados aí o caso muda de figura. Mas encontra-se rapidamente um quase assustador paralelismo com a nossa população humana. Pois não há tantas pessoas abandonadas e mal-tratadas, pessoas de primeira e de segunda...?
Numa outra perspectiva poderíamos pensar que os cães com bons donos e casas confortáveis seriam os "cidadãos do 1º mundo canino", enquanto que os cães vadios, que passam fome e com poucas condições de saúde e higiene seriam os do "3º mundo canino"... Mas não será essa uma visão deturpada primeiro-mundista? Será que afinal somos nós (humanos, 1º mundo), os humanos domesticados? E que uma tribo com pouco contacto com o resto do mundo da selva amazónica são os humanos que pensam mais por si e fazem mais valer os seus instintos? Não é uma questão inquietante?
E, de "ultimate question" (tanto que gosto da palavra ultimate... acho que não tem tradução à altura...)... serão mais felizes?
Por estranho que pareça este paralelismo do mundo canino com o nosso já teve aparentemente bastante quem pensasse nele! E este tipo de reflexão está até contida na música dos nossos artistas, enfim, ou poetas, conforme queiramos ver a questão:
-"Mais vale ser um cão raivoso... do que um carneiro... a dizer que sim ao pastor... o dia inteiro!" S. Godinho
ou
"Eu sou o cão do Pantaleão... e eu sou o cão apenas cão..."
"Tenho uma coleira amarela, que parece uma trela... cá eu não gosto da trela..."
"Tenho um casaco e cachecol, e até um chapéu mole... cá eu tanto ando à chuva como ao sol..."

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

E o primeiro de 2013...

...a tomar antibiótico cá de casa sou... tcharam... eeeeuuuu! E há mais tempo com tosse também.
Isto quando tudo em casa se constipa, miúdos incluídos, e quem vai ao castigo é a mãe... é sinal que... sou mesmo uma florzinha de estufa e ponto final.

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Viagem... até 2013!!

Pois é, este ano a passagem de ano foi mesmo diferente. Desde a minha adolescência que a passava com amigos, e desde que estou com o Han Solo (na verdade até um pouco antes, há-de ir para mais de 15 anos!) passagem de ano com amigos dos bons, dos tempos da faculdade, em casas de nossos familiares geralmente em aldeias. Passamos alguns dias todos juntos, com toda a criançada, a fazer muitos passeios, refeições em grande grupo, conversas, jogos de tabuleiro, muita conversa para pôr em dia e grande animação.
Mas este ano... vesti eu o papel de desmancha-prazeres. Para além de ter tido muito trabalho, a correr contra o tempo relativamente às malas que tinha para fazer, sentia-me bastante cansada... Passadas umas horas aí estava a bela da febre, e uma gripe ou algo parecido me tinha caído em cima.
Bem... ponderámos várias hipóteses, mas o Han Solo achou que tínhamos mesmo que estar os cinco juntos, e resultado: para o futebolista e a flaminga foi um drama, pois adoram estes dias com os amigos, e para o ursinho só não foi porque ainda é muito novo para se aperceber do que se tinha passado.
A noite não prometia imenso... dia 31 já estava melhor, e eis que do completo improviso surgiu uma noite de espectáculos vários, que incluíram stand-up comedy (futebolista), performances instrumentais (Han Solo e Flaminga), e ainda cantorias várias (ursinho e eu). Ao que seguiram alguns jogos, pequeno teatro e diversos... Acabou por ser bastante divertido!
Daqui retirei eu umas tantas lições importantes: apesar de grande tristeza, o futebolista compreendeu mesmo porque não fomos; e hoje disse-me algo que me tocou cá fundo: - Mãe, vem comigo até ao quarto ajudar a deitar, mas depois ouço a história que o pai vai contar à mana. Tu estás muito cansada...
A flaminga, depois de uma pequena fúria quando soube que não ia, lá lhe passou e andou plena de meiguice pela mãe. Ainda hoje: - Mamã, quando ficas boa?
Quanto ao ursinho, na sua energia esfuziante e feliz de 2 anos e meio, quando ouviu falar na mamã doente estende de novo a sua mãozinha para a minha testa, desta vez para dizer: - Deixa ver!
Por tudo o que se passou e pela forma como reagiram, Han Solo, futebolista, flaminga e ursinho, o serão de 31 incluiu os meus momentos preferidos de 2012. Apesar da gripe. Agitados, despistados, birrentos por vezes, implicativos, barulhentos, acelerados, levados da breca (futebolista, flaminga e ursinho), mas os meus grandes e melhores amigos (aqui junto o Han Solo, claro!).
Para o ano, queria muito repetir o programa das festas! Desta vez, com os amigos ;)
Um ano novo feliz; o meu, e apesar da gripe, começou bem.