Nostalgias de infância mesmo, não da infância.
O futebolista hoje estava com um ar enternecido a ler um livro que o infantário onde ele andava na altura produziu. Com as histórias inventadas por todos e ilustrações feitas por todos também, que depois editaram. Foi uma ideia muito gira mesmo. E todos os autores estão devidamente identificados.
Ele tem grande nostalgia do que se lembra do infantário, pois foram tempos de que gostou mesmo muito.
Ao contrário do que me lembro de sentir com a mesma idade, quando só queria crescer rápido, vejo-o a valorizar ter a idade que tem, e a parecer ter uma noção muito consciente de que são tempos muito bons e que não tem interesse ter pressa.
Acho muito melhor assim, e de todo não por mim, mas por ele. Tenho, aliás, pena de não ter tido este esclarecimento de me deixar ficar sem pressa na infância.
Viagens pelo mundo, por Portugal, pela rua. Viagens por terras desconhecidas e viagens interiores, viagens na ponta dos dedos através de teclas ou folhas de papel. Pois se o que importa não é o destino mas a viagem, e o que é a vida senão uma grande viagem...
Viajar! Perder países!
Viajar! Perder países!
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!
Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E a ânsia de o conseguir!
Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.
Fernando Pessoa
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!
Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E a ânsia de o conseguir!
Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.
Fernando Pessoa
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