Viajar! Perder países!

Viajar! Perder países!
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!

Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E a ânsia de o conseguir!

Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.

Fernando Pessoa

domingo, 8 de março de 2015

A inteligência traz a felicidade?

Sempre me intrigou a proporção aparentemente elevada de pessoas geniais, chamemos-lhes assim, com variados distúrbios do ponto de vista psíquico. Compositores que enlouquecem, matemáticos esquizofrénicos, cientistas loucos.
Não sei se esta proporção é real, de facto. Pode ser um efeito de serem mais badalados os nomes, ou os ditos problemas, ao jeito de uma exploração doentia dos lados mais sombrios das pessoas.
O filme "Uma mente brilhante" marcou-me bastante e deixou-me a pensar ciclicamente nestas questões.
Parece que outros já tiveram os mesmos pensamentos: o Han Solo falou-me numa bd recente sobre matemáticos em que os autores avançavam o caráter obsessivo-compulsivo de vários matemáticos importantes.
Tendo a pensar que a criação ou desenvolvimento de teorias ou formas artísticas revolucionárias pode bem passar por uma fixação profunda da pessoa naquilo que está a criar ou a desenvolver.
Do extremo da genialidade ao mundo terreno, serão as pessoas mais inteligentes efetivamente mais felizes? Será uma benção ou na realidade uma maldição?

1 comentário:

  1. Penso muito nisso, sabes?
    E acho que sim, quanto mais pensamos, quanto mais fundo nos debruçamos sobre as coisas, maior o risco de cruzarmos a linha que nos separa da loucura. Por mim, sinto que caminho eternamente em cima dessa linha, como um equilibrista no arame. E acho que ter essa consciência me ajuda a não cair para o lado errado...

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