O futebolista, como o nome indica, joga futebol. E passe uma provável falta se isenção da minha parte, joga bem. Joga bem, tal como outros da equipa jogam bem, alguns porventura melhor. Mas ele é dos que joga bem. Seria hipocrisia da minha parte se não reconhecesse que fico orgulhosa com os gritos, durante os jogos de "Boa, futebolista!", dos treinadores, e de outros pais, embora, claro, tente que não se note. (E eu não sou particularmente fã de futebol, enfim, acho o jogo giro, tenho o meu clube, mas sem exageros).
Virando esta página, o futebolista, tal como o nome NÃO indica, anda na natação. E anda porque, para além de eu achar importante que ele aprendesse a nadar, até por uma questão de segurança, desde criança pequena que sempre foi problemático com a ambientação na água e uma primeira experiência de natação aos 5 anos correu mesmo bastante mal - enorme resistência para ir, choros sempre que era para pôr a cabeça debaixo de água, etc., etc.. Bem, esta segunda experiência está a correr melhor. Já fez bastantes progressos, lentamente. Hoje vinha satisfeito porque tinha feito "o ovo" - encolher-se com o corpo dentro de água - e a "estrela" - uma espécie de boiar ao contrário, de cabeça enfiada na água. Ele sabe bem que, ao contrário do futebol, em que em termos de desempenho está perfeitamente integrado na equipa, ali é nitidamente o que menos à vontade está dentro de água e o que menos destreza tem a fazer os exercícios. E sabe isso porque já me disse: "A nova professora ainda não sabe que eu sou diferente dos outros". Ao que eu respondi: "Tu és igual aos outros, só tens que praticar mais!" Por isso, fico tão ou mais orgulhosa com a primeira vez que ele me diz com orgulho fiz a "estrela", como a ver um bom remate, uma boa finta, ou um bom golo.
Viagens pelo mundo, por Portugal, pela rua. Viagens por terras desconhecidas e viagens interiores, viagens na ponta dos dedos através de teclas ou folhas de papel. Pois se o que importa não é o destino mas a viagem, e o que é a vida senão uma grande viagem...
Viajar! Perder países!
Viajar! Perder países!
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!
Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E a ânsia de o conseguir!
Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.
Fernando Pessoa
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!
Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E a ânsia de o conseguir!
Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.
Fernando Pessoa
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