Dias longos, noites quentes, cheiro a maresia e a sardinha assada, o sol inclemente a bater na pele, a roupa prática e reduzida, a água fresca a acalmar o corpo, o arrepio da água fria, o alívio do ar condicionado, a insónia das noites quentes, as estradas desafogadas para Lisboa, o dolce fare niente dos miúdos, a roupa que seca num sopro, o cheiro do protetor solar, a fruta fresca e variada, e tanto que poderia mais dizer.
Bem-vindo verão. Tive muitas saudades.
Viagens pelo mundo, por Portugal, pela rua. Viagens por terras desconhecidas e viagens interiores, viagens na ponta dos dedos através de teclas ou folhas de papel. Pois se o que importa não é o destino mas a viagem, e o que é a vida senão uma grande viagem...
Viajar! Perder países!
Viajar! Perder países!
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!
Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E a ânsia de o conseguir!
Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.
Fernando Pessoa
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!
Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E a ânsia de o conseguir!
Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.
Fernando Pessoa
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