Viajar! Perder países!

Viajar! Perder países!
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!

Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E a ânsia de o conseguir!

Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.

Fernando Pessoa

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Sem querer ser sexista...

...há ideias pré-concebidas que parecem mesmo ser verdade... ou será coincidência?
O meu filho mais velho é bom aluno, inteligente, e muito interessado por inúmeros temas, mas tenho que passar a vida a lembrá-lo que tem trabalhos de casa para fazer, a moer-lhe o juízo para manter a mochila minimamente limpa e arrumada e a chateá-lo vezes sem conta que tem que ser menos distraído, lembrar-se de trazer e levar o que é devido e de transmitir recados... Mas depois acaba sempre por ceder quando queremos alguma coisa dele e é um doce para tomar conta do irmão mais novo e muito meigo para mim (mas de preferência sem ninguém a olhar).

A minha filha pelo que soube traz uma folha impecável da sua pré-primária, é toda certinha a transmitir recados, não descansa enquanto eu não tratar do que tenho a tratar e sabe sempre onde estão as coisinhas dela. Mas é muito difícil dar-lhe a volta quando tem as suas decisões tomadas (e tem-nas sempre tomadas).

Sendo o ursinho ainda pequeno já se adivinha com muito elevada probabilidade que venha a ter muitas características do irmão! Mulheres e homens têm mesmo cabeças diferentes ou qualquer evidência não passa de mera coincidência??

5 comentários:

  1. Eu acho que não tem a ver com sexos mas com serem irmãos mais velhos ou mais novos. A minha filhota mais velha também é como o seu mais velho e a do meio é como a sua do meio.... E já percebi que quanto mais desarrumados mais artísticos e mais imaginativos são e quanto mais certinhos mais dificuldades têm em adaptar-se às mudanças....

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    1. Sim, sim, também concordo que há aspectos que têm a ver com a ordem com que chegaram. Mas na verdade a minha filha também é desarrumada (e criativa)- o saber onde tem as coisas tem a ver com um diferente sentimento de posse. Ela é sobretudo organizada naquilo que (ela) acha que são as suas tarefas. Efectivamente, mudanças é que não aprecia muito...

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  2. Hmmm...
    O teu primeiro parágrafo, sobre o futebolista, encaixa que nem uma luva no miúdo lá de casa.
    Mas, curiosamente, lembrando-me da minha infância, eu também encaixava nessa descrição, sendo menina e filha mais nova. Mas se calhar sou eu que sou estranha. Ainda hoje ouvi na Rádio Comercial uma lista de coisas que as mulheres se queixam de os homens fazerem mal. E deu-me uma imensa vontade de rir, pq são exactamente as coisas que eu faço mal...

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    1. Eu era (e sou...) um bocado desarrumada, mas muito atiladinha nas questões de ter os trabalhos sempre feitos e de nunca me esquecer de nada. Na verdade, até demais. Julgo que alguma descontracção (não demais) até é positiva, até nestes aspectos...

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    2. Pois, eu referia-me à arrumação, mesmo... Lembro-me de um ano em que deixei um resto de lanche apodrecer dentro da mochila (nas férias), até a minha mãe dar pelo cheiro...
      E, embora fosse certinha com os trabalhos, com tudo o resto era uma esquecida do pior. Perdia coisas. Não dava recados. Um horror. Os meus pais tiveram de me ensinar a ser organizada, já que não podia contar com a arrumação na minha cabeça. Obrigaram-me a usar agendas, a escrever recados, etc. Em suma, salvaram-me a vida! ;)

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