A flaminga teve uma característica única entre os irmãos à nascença (para além de ser a única menina, claro).
É que nasceu com um dente visivelmente a romper, o que aconteceu alguns poucos dias depois.
O facto de ser uma recém-nascida que chorava com frequência e não ser uma bebé particularmente bem-humorada, tendo ainda a particularidade de exibir o seu dentinho cada vez que abria a goela, valeram-lhe uma série de alcunhas, entre as quais "bruxinha".
Ora este "dentinho da sorte", parafraseando o Nemo e a sua barbatana, foi sempre diferente dos outros. Era mais pequeno e amarelado e o seu destino era incerto - podia cair e ser substituído por outro dente de leite ou podia só cair na altura devida e ser substituído por um definitivo.
Pois foi esta última alternativa que se verificou, há muito tempo que abanava, e há muito também que a flaminga (suspeito eu) desejava que caísse, não por não gostar dele, mas por esse acontecimento ser mais um a confirmar que ela está a ficar "crescida". Mais uma vez aqui muito contrastante com o irmão mais velho, cujo primeiro dente caiu mal ele fez 5 anos (ela já vai nos 5 e meio), e que caiu no próprio dia em que notei que ele abanava.
Finalmente há alguns dias o dentinho da sorte caiu mesmo e foi a primeira notícia que ela, orgulhosa, me veio relatar, no final do dia.
Hoje disse-me que sentia nesse sítio alguma coisa e lá está ele, o dente novo, definitivo, testemunho mais definitivo também do crescimento da flaminga.
A fada dos dentes falhou a sua visita no dia devido (esse tipo de seres atrasam-se muito cá em casa, e por vezes não aparecem mesmo, deve ser o tratamento que dão aos cépticos, cá se fazem cá se pagam...), mas suspeito bem que hoje vamos ter uma visita inesperada... ;)
Viagens pelo mundo, por Portugal, pela rua. Viagens por terras desconhecidas e viagens interiores, viagens na ponta dos dedos através de teclas ou folhas de papel. Pois se o que importa não é o destino mas a viagem, e o que é a vida senão uma grande viagem...
Viajar! Perder países!
Viajar! Perder países!
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!
Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E a ânsia de o conseguir!
Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.
Fernando Pessoa
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!
Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E a ânsia de o conseguir!
Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.
Fernando Pessoa
Sim, esse dente especial justifica uma visita especial também! :)
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