Dia de actividade com a família na sala do ursinho. Uma guitarra, umas folhas com música e acordes, um saco cheio de instrumentos para experimentarem no fim. Uma grande animação.
À tarde, em casa, eu na varanda a estender a roupa, aproxima-se o ursinho e diz simplesmente assim:
-Foi muito giro, a música hoje.
Mais tarde ainda, ao deitar:
Mãe - Então ursinho, de que música gostaste mais?
Ursinho: Ah, do pai a tocar viola, da mãe a cantar...
É nestas alturas que me sinto o ser mais afortunado de todos.
Viagens pelo mundo, por Portugal, pela rua. Viagens por terras desconhecidas e viagens interiores, viagens na ponta dos dedos através de teclas ou folhas de papel. Pois se o que importa não é o destino mas a viagem, e o que é a vida senão uma grande viagem...
Viajar! Perder países!
Viajar! Perder países!
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!
Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E a ânsia de o conseguir!
Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.
Fernando Pessoa
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!
Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E a ânsia de o conseguir!
Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.
Fernando Pessoa
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