Estou sempre a pensar nos sítios onde gostava de ir. E a
acrescentar novos locais a essa lista mental. A fazer correcções e alterações
desde que apareceram o futebolista, a flaminga e o ursinho. A maior parte das
viagens mais longas, e forçosamente de curta duração, têm sido apenas para mim
e para o Han Solo, por um lado por razões de orçamento, por outro porque eles
ainda são pequenitos para apreciarem determinados tipos de viagens. E ainda
porque, vistas bem as coisas, são das poucas oportunidades para termos algum
tempo de qualidade a dois.
Mas estou sempre a sonhar com sítios onde gostaria de ir com
eles. A planear quando já estarão aptos para isso. Para ser agradável para nós
e para eles.
Agora com toda esta crise generalizada, em que ninguém sabe
até quando terá emprego, em que mentalmente muitos se preparam psicologicamente
para apertar o cinto (ainda mais do que já foi apertado) às vezes dou por mim a
pensar quando, mas quando conseguirei viajar com eles? E como?
Não deixa de ser estranho, uma espécie de construção de casa
a partir do telhado. Pois se há tantas outras coisas tão mais prioritárias que
há a preocupação de manter. Mas esse espírito de viajante, talvez numa espécie
de manobra piedosa para limitar outras preocupações, continua a imiscuir-se nos
meus pensamentos, a passar à frente de reflexões mais terra-a-terra,
insistentemente: quando iremos, quando iremos? Qual a melhor altura? Para ficar
onde? Debaixo de telhado ou debaixo de pano (tenda)? Uma espécie de diabinho (de
avião, de carro? Em Portugal, em Espanha?) que esvoaça à volta da minha cabeça,
empurrando o anjinho (deve ser feito o máximo de poupança para as escolas, para
as comidas, para as roupas, não sabemos o dia de amanhã…) para onde este não
pode ser ouvido.
Ahhh… felizmente que os sonhos e a imaginação não têm
limites… e não pagam imposto! (por enquanto...)
Essas coisas fazem-nos sentir bem! E isso é bom nos tempos que correm!
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