Sidereus nuncius ou o mensageiro das estrelas. Livro de Galileu Galilei publicado no século XVII. Espanto ou não, foi na altura um best-seller, tendo-se esgotado as edições impressas com incrível velocidade!
A tradução portuguesa, que foi a minha mais recente viagem literária, é um livro muito interessante, sob diversos aspectos. Podendo esfriar os ânimos à partida, o livro propriamente dito é precedido de uma descrição, de nº de páginas semelhante ao do referido livro, que enquadra e contextualiza as descobertas de Galileu. Mas essa secção é fundamental para o que se segue.
Que Galileu foi um dos maiores cientistas, porque não dizê-lo, da História da humanidade, não é propriamente uma novidade. Não deixa contudo de ser engraçado ver o detalhe e o método com que ele descreveu as suas descobertas, considerando que se passou no princípio do século XVII.
Mas o mais engraçado de tudo é que é mais um exemplo do quão parecidas eram as pessoas nascidas há 400 anos com as de hoje em dia!
Pois as descobertas do Galileu envolveram polémicas de quem afinal tinha descoberto (várias coisas) primeiro, trocas mútuas de galhardetes em ambiente académico, invejas e um laborioso trabalho de lobby para conseguir financiamento para fazer as suas pesquisas. Neste caso os mecenas eram os famosos Médici... de tal forma que os satélites de Júpiter foram baptizados de "estrelas mediceias".
Não faltam também "acusações", subtis ou nem por isso, de que Galileu poderia ter-se aproveitado de alguns dos seus "acólitos" no sentido de se ter apropriado de algumas descobertas.
Esta não é uma crónica de mal-dizer sobre o Galileu. Após a leitura, não sofreu para mim um beliscadura o grande génio que ele terá sido. E algo de espantoso é que a ânsia de descobrir "transpira" por todos os "poros" das páginas, o que só poderia vir de um grande cientista.
Mas tudo o resto... como são impressionantes as semelhanças com os dias de hoje... é caso para dizer que qualquer semelhança será mera coincidência... ou talvez não!!
Viagens pelo mundo, por Portugal, pela rua. Viagens por terras desconhecidas e viagens interiores, viagens na ponta dos dedos através de teclas ou folhas de papel. Pois se o que importa não é o destino mas a viagem, e o que é a vida senão uma grande viagem...
Viajar! Perder países!
Viajar! Perder países!
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!
Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E a ânsia de o conseguir!
Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.
Fernando Pessoa
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!
Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E a ânsia de o conseguir!
Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.
Fernando Pessoa
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