Para esta crise nunca ter acontecido, para esta crise não tornar a acontecer (mesmo que utopicamente, enfim...) eu acredito que a solução seja uma democracia mais participada. Se formos todos mais críticos e mais exigentes não nos contentaremos com planos(?) a 4 anos ao ritmo das eleições, arranjaremos (de certeza!) formas de pôr a corrupção a contas com a justiça, conseguiremos lutar e atingir uma sociedade mais justa. Pelo menos era assim que eu gostaria que as coisas evoluíssem, ou pelo menos que se encaminhassem. Gostaria (e acho que tenho esse direito) de opinar sobre muitas questões e decisões.
Agora... não é possível trilhar este caminho sem uma sociedade informada (e formada). Que não seja tão demagogicamente manipulada. Que não consiga distinguir questões técnicas de políticas. Que não entenda que a xico-espertice é um semear ventos para colher tempestades.
Só há uma maneira de lá chegar: escolaridade, escolaridade, escolaridade. Temos algumas estatísticas vergonhosas no contexto dos nossos parceiros europeus: literacia (cerca de 20% de analfabetos, e já não falando dos funcionais); de abandono escolar (30% não concluem a escolaridade obrigatória, atenção!! ainda da antiga, referimo-nos ao 9º ano). Não é preciso continuar.
Então agora, com este lindo palmarés, há quem se atreva a sugerir cobrar o ensino secundário obrigatório!?
Num país com carências profundas de formação?
Podem fazer as reformas todas e mais algumas, podem avaliar os professores e escolas a raios X, podem culpar os suspeitos do costume. A uma criança com fome não se pode exigir aprender.
Viagens pelo mundo, por Portugal, pela rua. Viagens por terras desconhecidas e viagens interiores, viagens na ponta dos dedos através de teclas ou folhas de papel. Pois se o que importa não é o destino mas a viagem, e o que é a vida senão uma grande viagem...
Viajar! Perder países!
Viajar! Perder países!
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!
Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E a ânsia de o conseguir!
Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.
Fernando Pessoa
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!
Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E a ânsia de o conseguir!
Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.
Fernando Pessoa
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