Ontem ao final da tarde estávamos a ouvir o vento a soprar lá fora, mais frio do que o habitual, cada um ocupado em tarefas mais tranquilas do que é costume, na minha casa tão movimentada. Eu lia enroscada no sofá, o Han Solo estava no computador e o futebolista e a flaminga jogavam com umas cartas fabricadas pelo primeiro com um simples papel de rascunho e uma esferográfica. O ursinho não estava em casa, mas com os avós, por sinal também tranquilo, a dormir uma sesta.
E tal como a personagem do livro que eu lia, à qual o vento trazia premonições e mudanças de vida, dei por mim a sentir que finalmente o outono não vai tardar. E no fim de contas, apesar das suas desvantagens, traz também consigo alguns destes momentos intimistas de reflexão e encontro connosco próprios. Não sei se tenho já vontade de me despedir do verão, mas naquele momento soube que estava preparada para a chegada do outono e para as mudanças que este traz com ele.
Viagens pelo mundo, por Portugal, pela rua. Viagens por terras desconhecidas e viagens interiores, viagens na ponta dos dedos através de teclas ou folhas de papel. Pois se o que importa não é o destino mas a viagem, e o que é a vida senão uma grande viagem...
Viajar! Perder países!
Viajar! Perder países!
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!
Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E a ânsia de o conseguir!
Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.
Fernando Pessoa
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!
Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E a ânsia de o conseguir!
Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.
Fernando Pessoa
:)
ResponderEliminarÉ isso que eu gosto no Outono!
Mas por aqui ainda é Verão...