Viagens pelo mundo, por Portugal, pela rua. Viagens por terras desconhecidas e viagens interiores, viagens na ponta dos dedos através de teclas ou folhas de papel. Pois se o que importa não é o destino mas a viagem, e o que é a vida senão uma grande viagem...
Viajar! Perder países!
Viajar! Perder países!
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!
Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E a ânsia de o conseguir!
Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.
Fernando Pessoa
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!
Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E a ânsia de o conseguir!
Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.
Fernando Pessoa
segunda-feira, 26 de agosto de 2013
Raízes ou amarras?
Como já referi, directa ou indirectamente, posso testemunhar ao vivo e a cores, praticamente diariamente, como os irmãos podem ser tão diferentes uns dos outros. Entre os dois mais velhos o aspecto da socialização e sociabilidade, e de alguma forma também dos afectos, não é apenas diferente, diria mais ser diametralmente oposto.
O futebolista, embora possa ser atacado de alguma timidez nos primeiros momentos em ambientes novos, é sem dúvida um animal social. Passado pouco tempo é vê-lo a brincar ou conversar com os outros miúdos como se já os conhecesse; já deve ter jogado à bola com quase todos os rapazes da escola (que jogam à bola), enfim, o quebrar de ligações, novas escolas ou novos colegas nunca constituíram para mim preocupação nesse particular.
Já a flaminga não acha grande graça a alterações na sua rotina; nem na verdade a caras novas (desde sempre). Precisa de bastante tempo para se habituar a umas e outras; ou então que do outro lado haja uma sensibilidade especial para se conseguir lidar com ela mais rapidamente(que já aconteceu, mas é raro). De forma que encarei com alguma preocupação a anunciada mudança de educadora e de parte dos colegas da sala. Até no plano dos afectos, enquanto o futebolista, no que diz respeito às pessoas que não fazem parte do seu círculo muito próximo, não é dado nem a grandes amores nem a grandes ódios, a flaminga mesmo não sendo muito efusiva liga-se de forma bastante forte àqueles de quem gosta. Mesmo que não o expresse muito.
No último ano ela evoluiu bastante nesse plano da socialização e eu acho que a escola e alguns dos seus profissionais tiveram aí um papel importante. A educadora é uma figura importante para ela – suficientemente importante para ela manifestar saudades dela – e não tenho memória dela manifestar verbalmente saudades de mais ninguém para além dos pais, dos irmãos ou de alguns amigos mais próximos. É certo que quando entrar para a escola primária serão inevitáveis alterações na rotina ainda maiores. Mas as competências que eu espero que ela aperfeiçoe este ano têm precisamente a ver com isso: um aprofundar dessa maior socialização, e maior abertura para situações diferentes. Vamos ver se estas alterações anunciadas a vão ajudar, ou nem por isso… Este ano surpreendeu-me pela positiva diversas vezes. Esperemos que assim continue.
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Pois o meu é ainda diferente dos teus 2 mais velhos! ;)
ResponderEliminarÉ extremamente independente do ambiente e das pessoas que o rodeiam. Embora não seja como o teu futebolista, e esteja longe de socializar com toda a gente, também não se incomoda muito com isso, sabes? Sempre se adaptou bem às várias escolas ou etapas escolares. Nunca chorou quando o deixava na escola. Mas, por outro lado, há ali uma barreira entre ele e os outros que não cai facilmente...
Há umas semanas, tivemos o 2º aniversário de um priminho. A mãe do aniversariante veio ter comigo, muito preocupada, por achar que o Tiago não tinha estado feliz, por não se ter "integrado" com os outros meninos. Na verdade, ele tinha escolhido brincar sozinho, por não gostar das actividades propostas (pinturas faciais, jogos, etc). Mas estava na maior com isso! :) Vi-me aflita para explicar à mãe que ele estava bem...
É mesmo dele. Às vezes, faz-me confusão, mas aprendi a compreendê-lo. Na verdade, até acho que a abordagem dele é muito saudável, se vir bem a coisa. Raramente tem conflitos com colegas na escola. Mas os amigos, amigos de verdade, contam-se pelos dedos. A esses, ele dá abraços, quando os vê e tudo! Mas sei que se amanhã mudasse de escola, ele não sofreria muito com a sua ausência. Acho que o que é importante para ele é o seu próprio equilíbrio...
Em relação aos afectos, não me preocupo. É muito meigo com os pais e avós. Aos outros não dá confiança! lol! É um rapaz selectivo...