Eu adoro o mês de Junho. Não há uma razão muito lógica para isso. Também gosto muito de Maio, porque a maior parte dos elementos da minha família faz anos nesse mês e porque é habitual ser um bonito mês de Primavera. Mas sobretudo a primeira razão é muito objectiva.
Quanto a Junho, é difícil dizer o porquê desta preferência. É o mês que para mim vem matar as saudades de tudo o que o verão traz de bom. Com alguma sorte, é o mês das primeiras noites mornas e tão especiais. É o mês das sardinhas assadas e dos santos populares a lembrar tradições mais longínquas que a existência deste país. Pode ser mês de grandes picos de calor (geralmente, felizmente, passageiros). É o mês das cerejas. É geralmente o mês das primeiras idas à praia. É o mês que inaugura a inquietação da antecipação das férias. É um mês imprevisível, intenso, pleno. É um mês que nos faz lembrar as coisas boas que devemos(!) gozar.
Viagens pelo mundo, por Portugal, pela rua. Viagens por terras desconhecidas e viagens interiores, viagens na ponta dos dedos através de teclas ou folhas de papel. Pois se o que importa não é o destino mas a viagem, e o que é a vida senão uma grande viagem...
Viajar! Perder países!
Viajar! Perder países!
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!
Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E a ânsia de o conseguir!
Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.
Fernando Pessoa
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!
Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E a ânsia de o conseguir!
Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.
Fernando Pessoa
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