Viajar! Perder países!

Viajar! Perder países!
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!

Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E a ânsia de o conseguir!

Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.

Fernando Pessoa

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Vira-tempo

Não, não é uma nova dança nem previsão meteorológica. Diz-me o que lês dir-te-ei quem és. O vira-tempo é um instrumento mágico que aparece numa conhecida colecção de livros juvenis. Extremamente útil, I may say. Um vira-tempo é um objecto que nos permite voltar atrás no tempo, e que nesse sentido pode, claro, ter várias utilizações. Vou falar aqui do primeiro objectivo para que foi utilizado, que é de duplicar o tempo disponível. Por exemplo, temos dois trabalhos urgentes e achamos que o tempo só vai dar para um. Pois chega ao fim da tarde, pegamos no vira-tempo e eis que ela (a tarde) começa novamente para acabar o que falta. Demasiados programas para o fim-de-semana? Bota-se-lhe o vira-tempo e dá para lavar toda a roupa que é preciso, ir a um cinema (para adultos!) e passar uma tarde de chuva a jogar jogos de tabuleiro com as crianças. E após uma noite mal passada...? Umas horas de sono extra... Uma invenção genial, não era? E que bom não seria prolongar um conjunto de bons momentos e acelerar uns tantos outros.
Quem sabe o que nos reserva o futuro? Não era o Albert que dizia que tudo era relativo??

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