Apesar da situação económica difícil que se vive e por todos reconhecida acho que há muito o hábito do dramatismo excessivo. Vendo bem as coisas é como negociar, de um lado amacia-se as más novas, do outro apresentam-nas mais feias do que são.
Mas neste momento... caminhamos exactamente para onde? Onde vão parar os cortes nos vencimentos, os impostos, a perda de direitos sociais? Não vamos comparar à situação anterior ao 25 de Abril - há que ter senso! que até ofende quem sofreu com as torturas, com os assassinatos... Mas parece estar completamente generalizada a ideia da inevitabilidade de privatizar tudo e mais alguma coisa. Em que é que isso irá ajudar exactamente, sobretudo no caso de empresas que dão lucro? Tantas histórias mal contadas...
Hoje isto foi duro, e vai endurecer mais... E ou sou eu que "não estou a ver bem a cena", mas porque se chama a manif "que se lixe a troika, queremos as nossas vidas..." A troika?! Então e o nosso Governo? Não é dele de facto a responsabilidade última de todas as medidas, algumas que até vão mais além do que está no memorando?
É nestas alturas que se pensa nas tais viagens sem regresso marcado...
Viagens pelo mundo, por Portugal, pela rua. Viagens por terras desconhecidas e viagens interiores, viagens na ponta dos dedos através de teclas ou folhas de papel. Pois se o que importa não é o destino mas a viagem, e o que é a vida senão uma grande viagem...
Viajar! Perder países!
Viajar! Perder países!
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!
Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E a ânsia de o conseguir!
Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.
Fernando Pessoa
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!
Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E a ânsia de o conseguir!
Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.
Fernando Pessoa
É a sensação que tenho...que estamos à beira do abismo e ninguem se importa a sério!
ResponderEliminarMesmo...
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