Viajar! Perder países!

Viajar! Perder países!
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!

Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E a ânsia de o conseguir!

Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.

Fernando Pessoa

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Viagem à Montanha Mágica I

Podia escrever sobre a austeridade e as nossas expectativas ou falta delas mas neste momento estou farta, farta, farta de tanta desesperança, tanto desalento, tanta fúria e irritação e preciso de outros pensamentos. A seu tempo lá voltarei a essas viagens...

Esta é a minha actual e já longa viagem literária: a Montanha Mágica. A Montanha Mágica é um Clássico. As viagens literárias são viagens maravilhosas e insubstituíveis. E os clássicos, têm isso de bom, nunca desiludem. Demorando mais ou menos tempo a ler, sendo mais ou menos "pesados" dão quase, quase 100% garantia de satisfação. Os clássicos deixam-nos sempre alguma coisa, uma impressão forte após a última página, ou profundos ensinamentos e reflexões que às vezes despertam mais tarde. Mas há outro sentimento, mais recente, que me despertam os clássicos: a sensação de que já deveriam ter sido lidos mais cedo... Porquê? A resposta é difícil de dar: porque se conseguiriam ler mais rapidamente, mais seguidamente? porque se teriam retirado ideias, pensamentos, acções, ensinamentos, que já poderiam ter sido úteis? porque em mais jovens a impressão poderia ter sido mais profunda?
Talvez uma mistura de todos eles... Mas ainda bem que encetei a viagem a esta Montanha Mágica. E quanto a esta viagem propriamente dita? Cá hei-de voltar, quando acabar a viagem...

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