Alguém que como eu atravessou os anos oitenta durante a infância/adolescência acho que não pode deixar de sentir um enorme fascínio sobre as viagens no espaço.
Foi um período fértil em fantasias delirantes sobre viagens espaciais e habitantes de outros planetas!
O bichinho ficou cá sempre. Tenho pena que nos tempos que correm esse imaginário tenha praticamente desaparecido. A imaginação deve ser estimulada, de que outra forma se conseguirão pulverizar as fronteiras do desconhecido?
Continuo a achar maravilhoso observar as noites estreladas e pensar o que haverá para lá daqueles confins... E como nesses momentos é tão gritante a nossa pequenez.
O Neil Armstrong era um pouco a face deste imaginário, até porque o Gagarin desapareceu cedo (demais), quiçá com um final mais romântico. A imagem que guardo é a de um jovem, muito jovem e muito sorridente, de uma alegria quase ingénua chapada no rosto.
Reza a lenda que depois de ir e voltar à Lua Neil Armstrong tornou-se crente.
Viagens pelo mundo, por Portugal, pela rua. Viagens por terras desconhecidas e viagens interiores, viagens na ponta dos dedos através de teclas ou folhas de papel. Pois se o que importa não é o destino mas a viagem, e o que é a vida senão uma grande viagem...
Viajar! Perder países!
Viajar! Perder países!
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!
Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E a ânsia de o conseguir!
Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.
Fernando Pessoa
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!
Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E a ânsia de o conseguir!
Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.
Fernando Pessoa
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