Viajar! Perder países!

Viajar! Perder países!
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!

Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E a ânsia de o conseguir!

Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.

Fernando Pessoa

sábado, 16 de janeiro de 2016

RIP David Bowie

Não me recordo da morte de um artista me ter marcado tanto como a deste.
Um misto de pena, respeito e, de alguma forma, algum fascínio, pela forma como se manteve a trabalhar e partilhou a sua morte anunciada no seu último álbum.
Não sou uma fã - no sentido fanático do termo. Nessa perspetiva não me considero fã de ninguém, aliás. Mas a sua música diz-me muito e era sem dúvida um dos músicos que atualmente mais apreciava.
Retrospetivamente reparo que a música dele nunca me deixou indiferente: numa altura em que não ligava ainda muito à música, e se calhar sem saber dizer se gostava, o Let's dance ficou-me no ouvido. E depois, lentamente, e ao longo de anos mais recentes, fui pouco a pouco começando a apreciar muitas das suas músicas.
De tal forma que a sua música se tornou companhia muito assídua enquanto trabalho, não passando uma semana sem a ouvir.
Estava curiosa para ouvir o último álbum e com muita vontade de o fazer.
O que dizer mais? Acredito profundamente que sim, que podemos ser heróis mesmo que só por um dia.

1 comentário:

  1. Eu acordei e pensei "hoje vou ouvir o novo álbum". Cheguei ao carro, ouvi a notícia e larguei um sonoro " F***-se!". Estive triste todo o dia.

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