Acontece sempre. Há dois dias deu um excelente documentário sobre o extermínio de judeus na II Guerra Mundial. Na verdade era um documentário de outro documentário, chamado "A noite cairá".
Por mais que já saiba o que aconteceu, e por imagens mais chocantes que tenha visto - e há muitas muito chocantes - parece que estou sempre a ver tudo pela primeira vez. A mistura de horror, náusea e incompreensão é sempre a mesma. O enorme "porquê?" na cabeça é sempre o mesmo.
Talvez seja uns espécie de facciosismo, mas não consigo deixar de pensar que não há mais culpados que estes, apesar de infelizmente existirem vários exemplos de extermínios recentes por este mundo fora. É que estes vieram de um povo privilegiado no desenvolvimento, nos meios, enfim, com as devidas ressalvas do trauma de uma outra guerra recente e sem perder de vista que não se pode generalizar.
Gosto de acreditar que a maioria do povo alemão não sabia do extermínio. Também não deve ser fácil viver com esse peso nos ombros.
Viagens pelo mundo, por Portugal, pela rua. Viagens por terras desconhecidas e viagens interiores, viagens na ponta dos dedos através de teclas ou folhas de papel. Pois se o que importa não é o destino mas a viagem, e o que é a vida senão uma grande viagem...
Viajar! Perder países!
Viajar! Perder países!
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!
Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E a ânsia de o conseguir!
Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.
Fernando Pessoa
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!
Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E a ânsia de o conseguir!
Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.
Fernando Pessoa
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