Estes sucessivos episódios burlescos (para ser simpática) da vida política deste nosso país já me causam náuseas. Se tivesse que os discutir com cidadãos de outros países teria vergonha. E muito por isto até nem me apetece escrever sobre o tema. Porque tudo isto foi mau de mais. Difícil é escolher de quem dizer mal primeiro. Por isso vou-me abster de comentar sobre os suspeitos do costume. A realidade é tão transparente que nem vale a pena acrescentar mais nada.
Mas sobre dois personagens deixo umas palavras, assim até mais ou menos em jeito de exorcismo. Não tenho dúvida de estar perante o pior Presidente de que me lembro deste país e da pior presidente da assembleia da república. Sobre o primeiro, muito se poderia dizer. Envergonha-me que norteie a sua actuação acima de tudo para se manter no seu pedestal sem uma beliscadura. Envia-nos de lá os seus doutos conselhos e nós, ignorantes, não os sabemos aproveitar. Até ele chegar, quando acontecia a comunicação de um Presidente na televisão, geralmente ouvia-a com atenção e, sim, algum respeito. Não é o desacordo que traz o desrespeito, pois na realidade os melhores adversários são os mais respeitados. É sim o desprezo, a falta de coragem para falar com frontalidade e sem medo da crítica. Quem não quer ser lobo...
Quanto à senhora Presidente da Assembleia da República, não está pura e simplesmente à altura do cargo. Para além das suas tristes declarações (o 3º mais alto cargo da nação não se deve compadecer por tiradas infelizes) o facto de se ter reformado (e om que condições!) aos 42 anos é um insulto para tantos e tantos que trabalharam toda uma vida para no final ficarem com reformas de miséria.
Meus caros, dar o exemplo não custa dinheiro.
Viagens pelo mundo, por Portugal, pela rua. Viagens por terras desconhecidas e viagens interiores, viagens na ponta dos dedos através de teclas ou folhas de papel. Pois se o que importa não é o destino mas a viagem, e o que é a vida senão uma grande viagem...
Viajar! Perder países!
Viajar! Perder países!
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!
Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E a ânsia de o conseguir!
Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.
Fernando Pessoa
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!
Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E a ânsia de o conseguir!
Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.
Fernando Pessoa
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