Viagens pelo mundo, por Portugal, pela rua. Viagens por terras desconhecidas e viagens interiores, viagens na ponta dos dedos através de teclas ou folhas de papel. Pois se o que importa não é o destino mas a viagem, e o que é a vida senão uma grande viagem...
Viajar! Perder países!
Viajar! Perder países!
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!
Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E a ânsia de o conseguir!
Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.
Fernando Pessoa
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!
Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E a ânsia de o conseguir!
Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.
Fernando Pessoa
quinta-feira, 25 de julho de 2013
Matrioskas
Sobre as fases da vida que se sucedem, sobre os nossos amigos que vão por outros caminhos e os que vão permanecendo na nossa vida longe ou perto, sobre o que fomos e o que ainda vamos ser.
Se calhar cada um de nós é uma matrioska, com uma infinidade de diferentes pessoas dentro de si, que se vão surpreendendo umas com as outras e conhecendo facetas tão diferentes que nunca julgaríamos sermos nós.
Ou então as nossas matrioskas são todas as vidas que podíamos ter tido, que se entrecruzam e se encaixariam umas nas outras, em infinitas possibilidades tão vastas quanto as nossas escolhas e os caminhos que decidimos seguir.
Ou, ainda, uma imagem mais doce, dos filhos que carregámos dentro de nós e levam um pouco de nós também pelos caminhos que escolhem e não escolhem seguir.
domingo, 21 de julho de 2013
Meio vazio ou meio cheio
Meio vazio ou meio cheio é sinónimo de optimismo ou pessimismo?
Julgo que não. Acho mais sinónimo de positivismo/negativismo.
Causa-me uma certa irritação quem ache sempre tudo bom; e impacienta-me quem ache sempre tudo mau. Ser-se positivo não é acreditar que vai sempre acontecer o melhor; acho que é, sim, ter confiança de que se conseguirá ultrapassar o menos bom. Não serei das pessoas mais optimistas mas acho que ser-se positivo é fundamental.
Julgo que não. Acho mais sinónimo de positivismo/negativismo.
Causa-me uma certa irritação quem ache sempre tudo bom; e impacienta-me quem ache sempre tudo mau. Ser-se positivo não é acreditar que vai sempre acontecer o melhor; acho que é, sim, ter confiança de que se conseguirá ultrapassar o menos bom. Não serei das pessoas mais optimistas mas acho que ser-se positivo é fundamental.
domingo, 14 de julho de 2013
Cinco anos
E hoje fechou-se o ciclo de aniversários deste ano dos filhotes! Desta vez foi a flaminga que festejou os seus cinco aninhos. Pela primeira vez vieram festejar com ela os amiguinhos da escola, bem como outros amigos e família que já vêm desde sempre. Foi um dia feliz para todos e foi um dia feliz para ela.
Está crescida, a minha flaminga, e mudou muito nos últimos anos. Quem a conheceu há uns anos atrás não deixa de notar isso: uma criança não muito dada a grandes socializações e muito obstinada em todos os seus actos, tendo sempre opinião e determinação para tudo, no último ano tornou-se surpreendentemente dócil, mais afectiva, mais social. Mantém o seu feitio e as suas opiniões, mas agora bastas vezes opta por guardá-las para si ou demonstrá-las de forma mais suave. O que é para mim fonte de grande contentamento (e alívio). O que me conduz ao terceiro grande ensinamento que os meus filhos, no seu conjunto, me trouxeram. É que as crianças não são todas iguais. E não foi por ter um filho mais velho que eu já tinha a receita que havia de funcionar com ela, a segunda da prole.
O futebolista foi um bebé fácil de lidar, sendo de descontar obviamente as dificuldades que todas as mães de primeira viagem enfrentam. E sendo o primeiro, era o modelo que eu tinha.
A flaminga foi uma bebé, e depois uma criança pequena, bastante mais difícil de lidar. Nunca gostou muito das alterações à sua rotina ou de caras que não conhecia. E desde que consegue expressar-se sempre teve ideias muito claras sobre o que queria fazer, comer ou vestir. Eu não fazia ideia que uma criança tão pequena já pudesse ter opiniões tão vincadas. Nem que podia ser tão obstinada para obter o que queria. Para pessoas diferentes de facto nem sempre a mesma abordagem funciona. E o que o meu sentido negocial, paciência e arte de tentar fazer alguém mudar de ideias se apurou, desde que ela chegou.
Hoje, feliz, sinto que o meu esforço foi recompensado. A flaminga não deixou de ter as suas ideias nem de saber (sempre) de onde vem e para onde vai. Mas já consegue encaixar (a bem) que nem sempre pode ser à sua maneira. Eu sei, filhota, que quando te contrario e te faço fazer como eu quero, que tu no fundo não estás convencida. Mas fazes, porque agora já consegues ter a tolerância e a capacidade de perceber muitas coisas que antes não percebias. Também sei que não te vou conseguir distrair dos teus intentos ou de mudar a forma que tens de olhar para muita coisa, mesmo cedendo tu àquilo que nós te pedimos ou exigimos. Mas sossega-me que entendas a discordância e que tenhas aprendido a encaixá-la. Espero que continues sempre, assim, determinada. Mesmo que não concordemos em muita coisa, para mim, isso é crescer na direcção certa.
Está crescida, a minha flaminga, e mudou muito nos últimos anos. Quem a conheceu há uns anos atrás não deixa de notar isso: uma criança não muito dada a grandes socializações e muito obstinada em todos os seus actos, tendo sempre opinião e determinação para tudo, no último ano tornou-se surpreendentemente dócil, mais afectiva, mais social. Mantém o seu feitio e as suas opiniões, mas agora bastas vezes opta por guardá-las para si ou demonstrá-las de forma mais suave. O que é para mim fonte de grande contentamento (e alívio). O que me conduz ao terceiro grande ensinamento que os meus filhos, no seu conjunto, me trouxeram. É que as crianças não são todas iguais. E não foi por ter um filho mais velho que eu já tinha a receita que havia de funcionar com ela, a segunda da prole.
O futebolista foi um bebé fácil de lidar, sendo de descontar obviamente as dificuldades que todas as mães de primeira viagem enfrentam. E sendo o primeiro, era o modelo que eu tinha.
A flaminga foi uma bebé, e depois uma criança pequena, bastante mais difícil de lidar. Nunca gostou muito das alterações à sua rotina ou de caras que não conhecia. E desde que consegue expressar-se sempre teve ideias muito claras sobre o que queria fazer, comer ou vestir. Eu não fazia ideia que uma criança tão pequena já pudesse ter opiniões tão vincadas. Nem que podia ser tão obstinada para obter o que queria. Para pessoas diferentes de facto nem sempre a mesma abordagem funciona. E o que o meu sentido negocial, paciência e arte de tentar fazer alguém mudar de ideias se apurou, desde que ela chegou.
Hoje, feliz, sinto que o meu esforço foi recompensado. A flaminga não deixou de ter as suas ideias nem de saber (sempre) de onde vem e para onde vai. Mas já consegue encaixar (a bem) que nem sempre pode ser à sua maneira. Eu sei, filhota, que quando te contrario e te faço fazer como eu quero, que tu no fundo não estás convencida. Mas fazes, porque agora já consegues ter a tolerância e a capacidade de perceber muitas coisas que antes não percebias. Também sei que não te vou conseguir distrair dos teus intentos ou de mudar a forma que tens de olhar para muita coisa, mesmo cedendo tu àquilo que nós te pedimos ou exigimos. Mas sossega-me que entendas a discordância e que tenhas aprendido a encaixá-la. Espero que continues sempre, assim, determinada. Mesmo que não concordemos em muita coisa, para mim, isso é crescer na direcção certa.
sexta-feira, 12 de julho de 2013
Ser-se um bom escritor
Em conversa com a minha mãe, eis uma opinião. Um bom escritor é aquele:
-que sabe escrever bem;
-que criou uma boa história;
-e que a sabe contar.
-que sabe escrever bem;
-que criou uma boa história;
-e que a sabe contar.
Dar o exemplo
Estes sucessivos episódios burlescos (para ser simpática) da vida política deste nosso país já me causam náuseas. Se tivesse que os discutir com cidadãos de outros países teria vergonha. E muito por isto até nem me apetece escrever sobre o tema. Porque tudo isto foi mau de mais. Difícil é escolher de quem dizer mal primeiro. Por isso vou-me abster de comentar sobre os suspeitos do costume. A realidade é tão transparente que nem vale a pena acrescentar mais nada.
Mas sobre dois personagens deixo umas palavras, assim até mais ou menos em jeito de exorcismo. Não tenho dúvida de estar perante o pior Presidente de que me lembro deste país e da pior presidente da assembleia da república. Sobre o primeiro, muito se poderia dizer. Envergonha-me que norteie a sua actuação acima de tudo para se manter no seu pedestal sem uma beliscadura. Envia-nos de lá os seus doutos conselhos e nós, ignorantes, não os sabemos aproveitar. Até ele chegar, quando acontecia a comunicação de um Presidente na televisão, geralmente ouvia-a com atenção e, sim, algum respeito. Não é o desacordo que traz o desrespeito, pois na realidade os melhores adversários são os mais respeitados. É sim o desprezo, a falta de coragem para falar com frontalidade e sem medo da crítica. Quem não quer ser lobo...
Quanto à senhora Presidente da Assembleia da República, não está pura e simplesmente à altura do cargo. Para além das suas tristes declarações (o 3º mais alto cargo da nação não se deve compadecer por tiradas infelizes) o facto de se ter reformado (e om que condições!) aos 42 anos é um insulto para tantos e tantos que trabalharam toda uma vida para no final ficarem com reformas de miséria.
Meus caros, dar o exemplo não custa dinheiro.
Mas sobre dois personagens deixo umas palavras, assim até mais ou menos em jeito de exorcismo. Não tenho dúvida de estar perante o pior Presidente de que me lembro deste país e da pior presidente da assembleia da república. Sobre o primeiro, muito se poderia dizer. Envergonha-me que norteie a sua actuação acima de tudo para se manter no seu pedestal sem uma beliscadura. Envia-nos de lá os seus doutos conselhos e nós, ignorantes, não os sabemos aproveitar. Até ele chegar, quando acontecia a comunicação de um Presidente na televisão, geralmente ouvia-a com atenção e, sim, algum respeito. Não é o desacordo que traz o desrespeito, pois na realidade os melhores adversários são os mais respeitados. É sim o desprezo, a falta de coragem para falar com frontalidade e sem medo da crítica. Quem não quer ser lobo...
Quanto à senhora Presidente da Assembleia da República, não está pura e simplesmente à altura do cargo. Para além das suas tristes declarações (o 3º mais alto cargo da nação não se deve compadecer por tiradas infelizes) o facto de se ter reformado (e om que condições!) aos 42 anos é um insulto para tantos e tantos que trabalharam toda uma vida para no final ficarem com reformas de miséria.
Meus caros, dar o exemplo não custa dinheiro.
terça-feira, 9 de julho de 2013
E este foi o ano...
...aclamado momentanemente privado de verão em que tive noites mais quentes na minha terra do que no Algarve! Quem sabe onde é não pode deixar de considerar isto verdadeiramente espantoso!!!
Até Tavira de comboio...
...tive que apanhar exactamente 5 comboios diferentes (considerando o total da ida e volta e no percurso mais longo um IC/AP). Destes o único que curiosamente não atrasou foi o regional que circula numa linha só pelo Algarve, devagar, devagarinho, mas cumpridor do seu horário.
"Pedimos desculpa pelo atraso", que me fez perder a ligação em Faro, à ida.
"Pedimos desculpa pelo atraso", que me fez chegar 45 mins. mais tarde a Lx no regresso.
Eu gosto de andar de comboio, mas tanto atraso em comboios supostamente rápidos... Terei sido eu que tive muito azar ou isto acontecerá (quase!) sempre???
"Pedimos desculpa pelo atraso", que me fez perder a ligação em Faro, à ida.
"Pedimos desculpa pelo atraso", que me fez chegar 45 mins. mais tarde a Lx no regresso.
Eu gosto de andar de comboio, mas tanto atraso em comboios supostamente rápidos... Terei sido eu que tive muito azar ou isto acontecerá (quase!) sempre???
quarta-feira, 3 de julho de 2013
Momentos XX
Ao telefone com o futebolista, ontem à noite:
-Mãe, vamos emigrar?
-Futebolista, pelo menos para já não! Mas porquê?
-Porque eu não quero...
-Mãe, vamos emigrar?
-Futebolista, pelo menos para já não! Mas porquê?
-Porque eu não quero...
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